O Planejamento de uma Parada de Manutenção – Parte 2
Recentemente, vimos as características gerais de uma Parada de Manutenção, na Parte 1. Abordaremos aqui os cuidados a serem tomados na fase de planejamento, os diversos níveis de planejamento, para assegurar o sucesso de uma Parada de Manutenção.
Fases do Planejamento da Parada de Manutenção
Planejamento é uma atividade permanente e continuada, que se desenvolve de modo ordenado e racional, sistematizando um processo de tomada de decisões, com vistas ao alcance de objetivos que permitirão otimizar a futura posição da instituição a respeito de mudanças aleatórias ou organizadas no meio ambiente futuro.
- É UM PROCESSO CONTÍNUO
atividade permanente e continuada com constantes revisões.
- É ORGANIZADO
se processa de modo ordenado e racional
- PREPARA DECISÕES
sistematiza tomada de decisões (escolhe alternativas)
- VISA UM OBJETIVO
existe para facilitar o alcance de objetivos
- É LIGADO AO FUTURO
caracteriza-se por um prazo
- PREPARA PARA MUDANÇAS
dá a conotação de estratégia ao planejamento
O Planejamento é uma atividade inerente às atividades humanas, e pode ser caracterizado por fases, as quais correspondem ao nível de detalhamento:
POLÍTICA
Estabelecimento dos objetivos.
A política define o que fazer.
Quando parar?
Qual(is) planta(s) parar?
Mínimo prazo ou mínimo custo?
Considerações:
- Mercado
- Logística
- Custos
- Sazonalidade
- Considerações de Segurança
Por exemplo, em um cenário de exportação de gasolina, a época ideal para parar uma unidade de destilação atmosférica e a vácuo, ou um craqueamento catalítico, unidades que produzem gasolina, é quando o mercado internacional (USA e Europa) consome menos, ou seja, durante o inverno. Infelizmente para quem trabalha em parada de manutenção aqui no Brasil, este período coincide com o nosso verão aqui…
ESTRATÉGICA
Análise e escolha das alternativas para alcançar os objetivos.
A estratégia estabelece o como fazer.
Qual deverá ser a estratégia de contratação?
Reparar ou substituir?
Como será a Equipe?
Considerações:
- Volume de serviços
- Logística
- Custos
- Mercado prestador de serviços
- Disponibilidade de recursos
Um equipamento que sofrerá reparos de grande porte, vale a pena reparar, ou é melhor substituir? No caso de substituição, que equipamentos de elevação de carga serão requeridos? Qual a disponibilidade destes equipamentos no mercado, à época da Parada de Manutenção? Há espaço para alocação deste equipamentos (guindastes) no site da Parada?
TÁTICA
Elaboração de planos detalhados para a execução das alternativas escolhidas.
A tática diz quando, quem e onde fazer.
Como será executada a Manutenção?
Qual o caminho crítico?
Quais equipamentos, dispositivos e ferramentas especiais requeridos?
Considerações:
- Complexidade dos serviços
- Detalhamento do planejamento
- Prazos
- Lay-out
- Segurança e eficácia na execução
Que dispositivos podem ser criados para atender determinadas atividades de reparo em certos equipamentos? Facilidades de acesso, vias de escape, etc.
E, finalmente, há ainda o Micro planejamento, que é o Planejamento ligado à execução da tarefa (Planejamento Executivo). Quando se fala em Planejamento, é usual associá-lo ao Cronograma, a uma rede de precedência, enfim, a Ferramentas de Planejamento. Porém o Planejamento tem que estar presente também na Execução:
O micro-planejamento abrange o estudo e planejamento das atividades inerentes a uma dada tarefa. (ferramentas, materiais, procedimentos, instruções específicas).
Deve contemplar todas as ações fundamentais à execução do trabalho, não devendo se restringir às tarefas de manutenção, mas, também, as de apoio ou acompanhamento (inspeção, segurança, acesso, etc).
O excessivo detalhamento pode ser tão prejudicial ao acompanhamento quanto a falta do detalhamento.
Boas Práticas de Planejamento
O planejamento deve ser ÚNICO, contemplando todos os RECURSOS (pessoal, serviços, equipamentos, ferramentas, materiais, procedimentos especiais, etc) e ATIVIDADES (operação, inspeção, manutenção, infraestrutura, recursos humanos, SMS, etc) envolvidos no processo Parada de Manutenção.
Deve considerar fatores de impacto na produtividade, buscando a sua mitigação:
- Clima (chuva, vento, calor, etc)
- Acesso (altura, espaço, etc)
- Absenteísmo em períodos especiais
Uma tarefa não deve ter duração maior que 8-10 horas (turno), nem acumular mais do que 20-40 hh de execução.
Buscar o apoio de especialistas, bancos de dados e históricos das intervenções para definir sequências, durações, ferramentas, etc.
Avaliar, criteriosamente, as dependências e restrições.
Manter atualizados o banco de dados de equipamentos, formulários, gráficos e relatórios.
Ainda que o Planejamento Executivo seja deixado a cargo das Contratadas, deve haver um Planejamento Centralizado para gerenciar as Interfaces entre frentes de serviços.
Bibliografia:
Sucesso em Paradas de Manutenção – Luiz Alberto Verri – Editora QualityMark
Sua Exa., o Prazo – John Moschin – QualityMark
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