Auditoria Comportamental
Auditoria Comportamental: recentemente publicamos um artigo aqui no Blogtek (Segurança pra quê, eu sou macho), abordando o fato de que o maior desafio do profissional de SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança) não é criar procedimentos seguros: é conscientizar o colaborador sobre aspectos de segurança, é fazer com que as pessoas tenham adequada percepção do risco, é criar um comportamento voltado para a Segurança. Se você quiser ser notificado dos próximos artigos, cadastre seu e-mail aqui ao lado, em Assine o Blogtek! SEU E-MAIL NÃO SERÁ USADO POR TERCEIROS.
Auditoria Comportamental – algumas definições
Quando abordamos aspectos de segurança, é comum nos depararmos com termos tais como acidente, incidente, desvio. Vamos esclarecer o sentido destes termos através de alguns exemplos:
Um andaime sem guarda-corpo adequado – desvio
Um trabalhador quase cai do andaime, conseguindo se segurar à estrutura – incidente
Um trabalhador cai do andaime, felizmente sem nenhum ferimento, ou no máximo, um arranhão, tratado com um curativo na enfermaria – acidente sem afastamento
Um trabalhador cai do andaime e quebra a perna, ficando dois meses afastado das atividades laborais – acidente com afastamento
Um trabalhador cai do andaime e vai a óbito – fatalidade
Auditoria Comportamental – a pirâmide de Frank Bird
Frank Bird (1921-2007) foi um pioneiro do tratamento científico e estatístico da Segurança Industrial. Formado em Segurança Industrial pela New York University, atuou na US Navy durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 1968, tornou-se diretor de Engenharia da Insurance Co. of North America, onde liderou extenso estudo de acidentes industriais, avaliando mais de 1,7 milhões de acidentes industriais, relatados por 297 empresas distintas, compreendendo mais de 3 bilhões de homes-hora.
Deste estudo, resultou a pirâmide de Bird, a qual evoluiu até ter o aspecto atual:
Auditoria Comportamental – a visão de Frank Bird
A importância do trabalho de Bird pode ser sintetizada em alguns pontos fundamentais:
- Desviou o foco da Segurança Industrial dos atos individuais para a Gerência, como melhor forma de modificar comportamentos relacionados à Segurança
- Integrou os aspectos de Segurança ao planejamento das atividades – o “como” fazer
- Utilizou conceitos de Gerenciamento de Riscos para priorizar ações nos itens de maior potencial de perda
- Evidenciou de forma clara os impactos financeiros da falta de Segurança
- Enfatizou o estudo dos quase-acidentes
- Deu grande ênfase ao reconhecimento positivo dos méritos, em todos os níveis, em detrimento da correção e punição de ações indesejadas
Auditoria Comportamental – por quê focar nos desvios?
Os acidentes, sejam sem afastamento, com afastamento, ou fatalidades, são obvia e imediatamente identificados.
A ideia da Pirâmide de Bird é atuar na base da pirâmide, quando ainda não ocorreram impactos indesejados. Diminuindo a base, diminui-se a possibilidade de ocorrência de eventos acima, na pirâmide, tais como os acidentes.
Porém, a dificuldade está em identificar, quantificar e tratar adequadamente os incidentes. Isto porque os incidentes são o evento menos perceptível da pirâmide. Normalmente, quando ocorre um incidente, dificilmente o trabalhador reporta a ocorrência, seja por meio de represália, fruto ainda da cultura de “castigar o erro”, ou por não visualizar a importância do tratamento do incidente, sob a ótica “Ainda bem que não aconteceu nada de grave…”
Evidentemente, há que se incentivar que os incidentes sejam relatados, porém muitas vezes isto não é efetivo.
Por outro lado, desvios podem ser constatados, desde que exista uma forma sistemática de apurar desvios.
Auditoria Comportamental – a abordagem
Organizacionalmente, deve ser estabelecida uma frequência ideal de auditorias comportamentais, considerando o perfil das atividades desenvolvidas, o grau de risco, número de pessoas envolvidas. Todos os níveis gerenciais devem realizar auditorias comportamentais.
Ao realizar a Auditoria Comportamental, deve-se percorrer a área, e buscar abordar grupos de trabalhadores, inclusive solicitando que os mais afastados se aproximem.
O Auditor deve se identificar, buscar estabelecer um diálogo ameno, de forma a “quebrar o gelo”, preferencialmente destacando e elogiando alguma prática segura. Em hipótese alguma, deve-se fazer críticas tais como “Isto está errado”, ou “Vocês não estão trabalhando corretamente”. Deve-se buscar, induzir os trabalhadores à análise.
Segue um exemplo hipotético de um diálogo em uma Auditoria Comportamental:
– Bom dia, meu nome é Fulano, sou o gerente que coordena esse contrato…
– Estou vendo que vocês estão portando seus EPI’s, muito bem, isto é extremamente importante para a realização de um trabalho seguro.
– Vocês acham que a atividade que vocês estão exercendo poderia ser feita de forma mais segura? Como?
Neste ponto, se não houver nenhuma manifestação, o auditor pode suscitar alguma questão, relativa ao modo de trabalho, sem nenhuma crítica:
– Vocês estão usando marretas para cravar estas estacas de demarcação. A cabeça da marreta está bem fixada? O que aconteceria se ela se soltasse? O que poderia ser feito para evitar?
Breve, publicaremos outro artigo sobre questões que podem ser abordadas na Auditoria Comportamental, quais são as categorias de observação. Se você quiser ser notificado dos próximos artigos, cadastre seu e-mail aqui ao lado, em Assine o Blogtek! SEU E-MAIL NÃO SERÁ USADO POR TERCEIROS.
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