Análise do Valor Agregado – Prognóstico de Prazo e Visão Crítica
Recentemente, vimos dois artigos sobre Análise do Valor Agregado: como Diagnóstico e Prognóstico. Abordamos a Estimativa de Custo com a utilização desta técnica, porém, deliberadamente deixamos para um artigo solo a questão de Prognóstico de Prazo. O Prognóstico de Prazo tem maior dificuldade e imprecisão, e envolve certas sutilezas.
Análise do Valor Agregado – Conceitos
Recordando, o Planned Value (PV – Valor Planejado) representa os custos acumulados previstos originalmente para o Projeto. Os custos realmente incorridos cumulativamente constituem o Actual Cost (AC – Valor Real), e o valor daquilo que foi executado e agregado ao Projeto é o Earned Value (EV – Valor Agregado).
Alguns parâmetros para análise estão aqui sintetizados:
Análise do Valor Agregado – Prognóstico de Prazo – Diferenças
Em Análise do Valor Agregado – Prognóstico, a Estimativa de Custos ao Final (EAC – Estimate at Completion ), é dada pela expressão abaixo, onde BAC (Budget at Completion) é o Orçamento Previsto ao Término:
EAC = BAC/CPI
Esta expressão faz sentido, na medida em que o CPI (Cost Performance Index) representa quanto agregando para cada dólar gasto. Então, se CPI>1, estamos agregando mais do que gastamos, e consequentemente EAC < BAC, e se CPI<1, estamos agregando menos do que gastamos, consequentemente EAC>BAC.
Pode-se fazer o mesmo com o Prazo? Há que se levar em conta as diferenças entre custos e prazos:
Custos são acumulativos, ou seja, ao somar todos os custos de todas as atividades, temos o custo do Projeto.
Prazos não são cumulativos, ou seja, ao somar todos os prazos de todas as atividades, isto NÃO será o prazo do projeto (muitas atividades são paralelas ao caminho crítico).
Análise do Valor Agregado – Prognóstico de Prazo – Exemplo Tradicional
No Projeto exemplificado a seguir, temos:
PV=810, EV=760 e AC=690
Análise de Prazo:
SV = EV – PV = 760 – 810 = -50 < 0, ou ainda, SPI = EV/PV = 760/810 = 0,94 < 1
Portanto, estamos ATRASADOS.
Analogamente ao que foi estabelecido para a Estimativa de Custo, teremos para o Prazo:
PD (Planned Duration) = 12 meses
Estimate Duration (ED) ED = PD/SPI
ED = 12/0,94 = 12,8 meses
Porém, vimos que este método contém falhas conceituais.
Análise do Valor Agregado – Estimativa de Prazo:
Uma outra possibilidade é ver a diferença de prazo atual entre as curvas do PV (Planned Value) e EV (Earned Value), diferença aproximadamente igual a 0,4 mês.
Então, podemos estimar o Prazo final em 12,4 meses.
Análise do Valor Agregado – Novos conceitos
Recentemente, foi apresentado no AACE International 2009 Spring Symposium, por Ray Stratton, PMP, um modelo diferente para obter a Duração Estimada. Algumas novas definições são colocadas, com estes valores em unidades de tempo, e não unidades monetárias:
AT = Actual Time (agora, ou Prazo Real no momento)
ES = Earned Schedule (Ponto em que deveríamos estar, pelo Planejamento)
PD = Planned Duration (Duração Planejada)
ED = Estimated Duration (Duração Estimada)
SPI(tempo) = ES/AT
ED = PD/SPI(tempo)
No exemplo acima, teríamos AT = 7 meses (julho), e ES = 6,6 meses (aproximadamente, veja no gráfico)
Logo, SPI(tempo) = ES/AT = 6,6/7 = 0,943 < 1, portanto, confirmando o que vemos no gráfico, estamos atrasado.
A estimativa de duração seria ED = PD/SPI(tempo) = 12 / 0,943 = 12,72 meses
Segundo Stratton, este novo conceito já é empregado pela USAF, Lockheed Martin, Belgium.
Análise do Valor Agregado – Visão Crítica
Vimos recentemente aqui no Blogtek, os regimes de contratação segundo a visão PMI. Não há referência ao regime de contratação muito utilizado aqui no Brasil, de Preços Unitários (por itens de serviço). Neste regime de contratação, o que é realizado (agregado) é pago, portanto o Valor Agregado (EV) é basicamente igual ao Custo Real (AC), o que minimiza bastante a importância da EVM, para o Tomador de Serviços (contratante). Também no regime de contratação por Preço Global, desde que seja feita uma adequada EAP (Estrutura Analítica de Projeto), o Valor Agregado (EV) é basicamente igual ao Custo Real (AC).
Então, nestes regimes de contratação, a Análise do Valor Agregado diminui de importância para o Contratante. Seria importante para o Prestador de Serviços (Contratado), para ver se está sendo adequadamente remunerado pelos Homens-Hora empregados para realizar os serviços.
A Análise do Valor Agregado é importante para o Tomador de Serviços (contratante), quando os serviços são por Administração (caso mais frequente nos USA, seja na modalidade Cost Reimbursable, ou Time&Material).
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